domingo, julho 23, 2006

Homem morreu sem nome (Parte I)

Queria fugir! Abandonou o quarto e correu, correu, correu... Massacrava-o a ideia do regresso, que o capturassem a meio caminho e obrigassem a assinar o contrato da perpetuidade. Eis a história do homem, apelidado de Homem, que desde criança conheceu o peso de não ser chamado pelo nome...

Badalavam as 10h da noite, de pois de uma sexta-feira soalheira visitada pelo macabro. Homem revoltava-se contra os sentidos. Perdera o paladar, momentos depois de ter pronunciado o último desabafo (aquele que deveria ter sido o primeiro!). Morreu sentado nas escadas, de boca aberta, motivada pelo ritmo das suas palavras finais: "O meu nome é..." - e expirou o anonimato, ao mesmo tempo que meia urbe devorava umas garrafas valentes e a irmã metade rumava às praias do sul. Goela cheia, papo vazio e Homem olvidado entre a gula e a fome.

1 comentário:

Tober disse...

É assim mesmo "jogador"... cada vez gosto mais do teu blog!!!... Tem tudo a ver contigo... só faltam mesmo umas boas fotos do "mano"!!! ahahahahaha